Envelhecer.

Já imaginaram como serão quando forem velhos?
Eu às vezes penso nisso e agora ainda mais desde que trabalho maioritariamente com idosos.
Tem graça as voltas que a vida dá...levamos o dia-a-dia numa correria para quando chegarmos a velhos ficarmos com tempo de sobra.
É assim que eu os vejo...com tempo de sobra, sem saberem bem o que fazer desse mesmo tempo. Apenas ficam por ali à espera da hora das refeições e depois...depois nada. Já não há sítios para ir, compromissos e horários a cumprir. Então dorme-se, para passar o tempo.
Existe uma velhinha que me visita frequentemente e deixa-se ficar sentada, sossegada, sem pressa de sair dali. No outro dia fiquei com lágrimas nos olhos por causa das parecenças dessa velhinha com a minha avó que já faleceu, mas não lhe disse nada, claro… nem ela ia entender.
(Acho que nem eu própria saberia definir o que sentira naquele momento em que recordava a minha infância. Talvez fosse como que obrigada a imaginar como seria se ela ainda cá estivesse entre nós).
Hoje, estava eu ao pé dela, agarrou-se à minha mão e disse à velhinha do lado: " Esta é a minha neta… a fingir."

Obrigada avó Bá por me fortaleceres com estes pequenos... mas tão grandes sinais.

(e faz hoje mais um mês...)