Pages

quinta-feira, 25 de março de 2010

Última vez...

Sabia que ao sair de casa para me encontrar com ele, teria de suportar o regresso com o ar frustrado de todas as outras vezes. Sempre que nos cruzávamos o dialogo fluía mas nada de muito importante se concluía e por mais que nós tentássemos contornar o assunto "sexo", os nossos próprios corpos eram traídos pelo desejo e entregavam-se um ao outro como se já se conhecessem antes de se tocarem.
Naquela noite não foi excepção.
Mal os nossos olhos se avistaram, vi o seu sorriso tímido aproximar-se de mim e as suas mãos que certamente estariam quentes já estavam impacientes sem que soubessem onde se esconder. Os passos eram lentos e quando finalmente entrelaçou os seus braços na minha cintura, pude sentir esse seu cheiro que jamais conseguia esquecer. Falou pausadamente... Ele conhecia-me tão bem. Conseguia dizer as coisas mais duras sempre com um ar inocente e com aquela voz meio rouca que eu sempre disse que amava. Sabia dizer-me o que queria ouvir mas nunca... o que estava a sentir.
Agarrou a minha mão, como fazia tantas outras vezes enquanto passeávamos, e afirmou que tínhamos de sair dali. A sua casa sempre tinha sido o melhor abrigo e mesmo sem ele o dizer, mais uma vez sabia que seria esse o nosso destino.
Nunca deixava de me beijar ainda no elevador e mal os nossos pés pisassem o seu terreno... mal a porta se fechasse atrás de nós... sentia a sua respiração junto da minha orelha e aquele desejo incontornável tomava conta de nós. Daquela vez eu queria que fosse diferente. Podia mudar algo...
Tentei afasta-lo de mim mas os seus braços fortes insistiam em não me deixar fugir da intensidade do momento. Fiquei a olha-lo nos olhos ainda uns bons minutos e ele não se cansava de me sentir e de demonstrar que o excitava mais do que era suposto.
Possuiu-me ali mesmo, no tapete da sala e nunca... nunca as suas mãos deixaram de me tocar de forma carinhosa. Sentia em cada gesto que ele tinha um sentimento inconfessável por mim, mas sentia também um medo extenuante de o admitir.
Era isso que eu pretendia nessa noite. Queria saber o que o levava a trazer-me ali, a pensar na minha companhia... a chamar-me e a esperar-me.
Beijei-o como quem beija na despedida e dei-lhe o prazer que ele tanto aguardava.
Os corpos suados, as mãos entrelaçadas, os gemidos contidos, a respiração descontrolada e o orgasmo surgiu... Naquele momento éramos uma única imagem de um sorriso... Eramos nós.
Senti o seu coração acelerado, passei a mão no seu rosto e pousei a minha cabeça no seu peito.
Beijou-me o cabelo e disse algo agradável que me fez levantar a cabeça e olha-lo como se já sentisse saudade.
Com um movimento discreto e calmo comecei a pegar na minha roupa e calmamente comecei a vestir-me.
Reparei que me observava profundamente e que certamente teria vontade de me dizer algo que nunca tinha tido coragem de mencionar antes. Antes que a sua boca se abrisse... antes que a sua voz rouca me dissesse mais uma vez aquelas coisas anestesiantes que me faziam esquecer a revolta do regresso a casa quando mais uma vez, nada foi diferente... a minha boca:

"Podes agarrar-me a mão, entrelaçar os teus dedos nos meus, cheirar o meu cabelo e beijar a minha boca sempre que pretenderes, mas esta foi a última vez... que me viste como um corpo".

E a porta que se fechava sempre atrás de nós... nunca mais se abriu...


sexta-feira, 19 de março de 2010

Father Day

Aqueles olhos verdes fixaram os meus e a boca desabafou nervosamente: “Abraça-me. Vou embora para longe e preciso levar comigo esse teu abraço”. Assim fiz. Enrolei os meus pequenos braços no seu pescoço e afoguei a alma com lágrimas escondidas.
Senti-lhe o corpo enfraquecido, as mãos manifestavam-se em gestos cansados e senti naquele momento que se despedia de mim.
Por fim cheirou o meu longo cabelo… chorou… suspirou… e levou-me à porta.
-“Gostas de mim?”
-“Sempre papá”.
A porta fechou-se… os seus olhos verdes também...

AMO-TE PAI

- Que o veneno que te correu no corpo e que te matou sem dor, seja o veneno que me corre na alma e me faça viver… com amor.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma voz calma e suave responde do outro lado da linha:

ELE: Estou?
ELA: Olá!
ELE: Quem é?
ELA: Sou eu, a felicidade iludida.
ELE: O que é que tu queres?
ELA: Dizer que te amo
ELE: OUTRA VEZ? Eu já ouvi isso 15 vezes. Não te cansas?
ELA: Quem ama não cansa...
ELE: Mas eu canso... Eu não te amo!
ELA: O quê?!
ELE: É isso mesmo, eu iludo e por isso me chamo ilusão do amor…

Neste exacto momento uma lágrima corre o rosto da rapariga até cair no chão.

ELA: Como tu podes dizer isso?
ELE: Dizendo que não te amo. Não devo nada a ninguém.
ELA: Não deves nada?
ELE: Claro que não.
ELA: Deves sim. O teu amor.
ELE: Quê? Amor?
ELA: Sim...tu fazes-me voar tão alto e agora dizes que não me amas?
ELE: Deves estar a ficar louca!

ELA: Estou mesmo louca... Pois acreditei em ti!
ELE: Tu sabias que era só amizade não?
ELA: Claro que não...Disseste tantas coisas...e ainda me deste um beijo!
ELE: Um beijo? Aquilo nem foi beijo...
ELA: Não foi? Então o que foi?
ELE: Ok... foi um beijo sem significado
ELA: Ah e um beijo sem significado deixa de ser beijo?
ELE: Não.
ELA: Quer dizer, eu não significo nada para ti?
ELE: Significas...
ELA: O quê?
ELE: Uma grande conta de telefone no final do mês. Agora vou desligar.
ELA: Não... Por favor!
ELE: Porquê?
ELA: Porque amo-te...
ELE: Qual o valor que o teu amor me vai dar?
ELA: Felicidade.
ELE: Eu quero coisas materiais...
ELA: Eu vou ser tua...
ELE: Isso não vale... Quanto é que tu vales?
ELA: Porquê esta pergunta?
ELE: Se eu me enjoar de ti posso-te empenhar?
ELA: O que é que eu fiz para me tratares assim?
ELE: Amar-me! Agora vou desligar!
ELA: Não, por favor!!!
ELE: Queres parar com isto? TOU FARTO!
ELA: Não por favor, não desligues.
ELE: ?
ELA: Fala comigo...
ELE: ?
ELA: Por amor de Deus, diz que me amas!
ELE: OUVE... eu já estou farto de ti. Agora vê se me esqueces.
ELA: Eu prefiro morrer do que te esquecer.
ELE: Ai é? ...então mata-te!
ELA: Não... por favor... não me faças isto eu amo-te!

ALGUNS DIAS DEPOIS...

- Do que morreu esta rapariga? – perguntou um curioso...
- De intoxicação provavelmente... tomou vários comprimidos em muitas quantidades. - respondeu a enfermeira...
- Coitada... ela tinha algum problema?
- Sim, sofria de amor...

E ENTÃO, NO DIA DO FUNERAL DA RAPARIGA O RAPAZ QUE ELA AMAVA APARECEU NO LOCAL PRESTANDO SUA ÚLTIMA HOMENAGEM E LANÇANDO UMA ROSA VERMELHA DISSE BAIXINHO:

- Amo-te!

E LÁ EM CIMA... ELA ESTAVA VENDO TUDO, RESPONDEU PARA SI…

- Tarde demais...

quinta-feira, 11 de março de 2010



Ontem a minha prima disse-me que gostava de escrever um post aqui no meu blog e como tal surgiu uma ideia...
Gostava que todas as pessoas que me acompanham (e caso estejam interessadas), escrevessem algo neste espaçinho que de uma forma ou de outra, também vos pertence.
Podem então manifestar-se com uma palavra... uma frase... muitas palavras... muitas frases. Imagens... músicas... o que queiram... O destaque será vosso!!! =)

Quem estiver interessado agradeço que entre em contacto comigo através dos meios normais. LOL. Tipo MSN, Hi5, Email, Telemóvel e afins...
Para os casos "anónimos" podem simplesmente deixar como comentário ou enviar por correio... =D

Agradeço a vossa colaboração.

Gracias.
Love You´s :)

quarta-feira, 10 de março de 2010



Os ventos que por vezes nos tiram algo que amamos são os mesmos que nos trazem algo para aprendermos a amar, por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim... aprendermos a amar o que nos foi dado, pois tudo o que realmente é nosso... nunca se irá embora para sempre.

segunda-feira, 8 de março de 2010

No es el brillo de mis ojos ... Ni el calor de mis brazos ... Estoy en mi todo ...
| RR | e era isto...


Feliz dia da Mulher

Porque o nosso dia não está marcado no calendário, o nosso dia é hoje, amanhã e depois...

Mas enfrentem este dia com um sorriso nos lábios e o orgulho de se ser mulher.

E a todas que tal como eu... recordam erros do passado e anseiam a felicidade no futuro, a todas as que sofrem com saudade, com desamores, com a exclusão social, com a violência física e/ou psicológica, com perdas dolorosas, com injustiças... desejo a força que nos faz mover montanhas e ir à luta.

Hoje... é um bom dia e amanhã será ainda melhor.

E eu como mulher mãe... hoje vou começar a remar na felicidade.


E sou mulher para dizer... Gosto de ti sim...

sábado, 6 de março de 2010


E hoje pela primeira vez na história deste blog... fiquei sem palavras.

(Agradeço a quem as tiver... que as escreva ou que simplemente... as sinta)





Entendeste o meu silêncio?






Percebeste que nem sempre o mais justo é o mais correcto?









Naquela noite poderia ter-te dito o quanto era agradável estar contigo e podia ter-te olhado nos olhos e confessar que achava tudo aquilo um sonho.
Podia ter-te transmitido força... confiança... e afirmar "está tudo bem". Sim... Estava tudo bem.

Vi aquele brilho nos olhos que apenas os cúmplices compreendem e ao sentir-te agarrar na minha mão, permaneci assim... fria e confiante de que tudo ía dar certo.

Sorriste... e eu sorri...

Não podia exigir mais nada de ti.
Não eras meu... e eu não era tua.
Apenas o momento seria nosso... para amanhã, para depois ou para nunca mais.

As perguntas sairiam mal e por entre sorrisos fomos entrelaçando os braços um no outro como se nada tivéssemos de explicar um ao outro, como se a noite caísse só para nós e o mundo continuasse com aquelas cores.
Amanhã tudo seria diferente. Não haveriam abraços, não permaneceriam os passos.
Amanhã podia acabar... ou simplesmente mudar.

O amanhã foi passando para o ontem e o amanhã é também o hoje. Foi o tempo que te viu entrar e que te permitiu ficar...

E agora não sei se um dia te tive... Este post é para ti porque... não sei se amanhã já te perdi...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Tempo...

O tempo... O tempo que por vezes é a desculpa de qualquer mal, o tempo que é fatal...
O tempo nunca definiu a intensidade das coisas ou a importância delas, o tempo é mero desabafo quando queremos dar uma razão...

São momentos, são minutos ou horas, são conversas ou silêncios... mas é a intensidade que nos faz sentir bem ou mal, que nos faz sentir a falta de alguém... que nos faz chegar a um lugar... ou lutar.

O tempo não pode ser contado, ignorado ou desprezado.

O tempo não é desculpa... a intensidade é que tem culpa.

E a vontade???
Onde prevalece a vontade de estar quando há pouco tempo para partir... ou para ficar??



(A intensidade prende-me a ti... o tempo fugiu de mim)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Parem o Mundo...

... e deixem-me explicar que bem lá no fundo há sempre algo para amar.
Façam silêncio e chamem os pensamentos, recordem palavras... falem em sentimentos.
Parem o Mundo e deixem-se sonhar, guardem o mais belo... é isso que têm de recordar.
Não quero ir ao fundo... Agarra-me aqui... Parem o Mundo... Prende-me a ti.