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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

As palavras talvez soem bem e talvez seja esse o factor que te traz aqui, talvez seja isso que queiras conhecer de mim ou simplesmente tentar “sentir-te” aí desse lado.
Um dia disseram-me que deveria escrever um livro… sorri. Nunca me tinha passado nada do género pela cabeça e sabia que era um desafio demasiado grande para mim. Aos poucos fui escrevendo algo que nunca revelei nem ousei ler em voz alta. Era ridículo. Não conseguia escrever uma história suficientemente grande para ocupar cento e tal páginas, as coisas saiam assim directamente… e podiam ser escritas numa única frase.
Dei-lhe um titulo… “O amor não é nada… é tudo”.
Os meus pensamentos caíram num papel que dobrei em quatro e escondi. Não por vergonha, mas porque era algo que me alterava. Não estava preparada para continuar, na verdade, não seria capaz de me partilhar contigo ou com alguém.

- Porque um dia fui enganada pelo próprio coração e as palavras proferidas pela minha boca, foram falsas, ocas e abandonadas…
Essa coisa que é o amor, pode ser definido de todas as maneiras ou de nenhuma em concreto. Todos amamos de forma diferente mesmo que aos nossos olhos nos pareça igual.
Eu amei. Acredito hoje, que amei até demais.
Se fui amada?! Sim. Fui amada pelas pessoas que fizeram questão de me tornar na pessoa que sou hoje, pelas pessoas que me admiraram e acima de tudo… pelas pessoas que me entrelaçaram nos braços e me tiraram da solidão mesmo que por breves momentos.
Todos falam de amor como se soubessem do que falam… O amor muda consoante os estados de espírito, consoante a vontade, a liberdade e os olhos de quem o “vê”. –

E parei…
No dia seguinte comecei a escrever parte da minha vida, consegui escrever catorze páginas e concluir que bastavam 15 minutos para resumir o que me “trouxe” até aqui.
Para quê histórias?! De que adianta transformar as experiências em frases num papel quando posteriormente são arrumadas num armário e quem as lê… acaba com um… “ok”. É o fim… é o fim da história e podemos fechar o livro.
A minha vida não é isso. A minha vida é algo que alguém já conseguiu entender no silêncio, porque viveu comigo… porque conseguiu sentir comigo.
Querem que ponha numa porcaria de um livro que sou egoísta?! Que sou uma estúpida de uma possessiva, porque… fui abençoada com o dom de perder sempre quem mais amava???
Querem que partilhe convosco o episódio de um pai ir buscar a filha à escola, almoçar com ela… para desta forma lhe dizer que vai morrer?! “O papá vai para longe e nunca mais o vais ver”. Seis horas mais tarde… Campainha… “O pai morreu”… Suicidou-se.
Querem tentar sentir a dor de se perder num mês a nossa melhor amiga, a pessoa que nos criou… tudo porque a merda de um cancro achou que tinha de a levar?
Sim… vou escrever que passei o meu 18º aniversário a dormir na rua porque o meu ex-namorado me tinha espancado e deixado sem dinheiro… só porque eu não queria passar a noite com ele e com os amigos. Mas também posso dizer que tenho uma filha lindíssima de uma pessoa que amei e que hoje… se esquece que é pai.
Por onde acham que devo começar??!!
Talvez comece pelo mais importante…
Talvez comece por lembrar a quem me “escolha” ler, que na verdade somos o que escondemos dentro de nós, nunca seremos capazes de fingir que já passou… quando isso ainda hoje nos completa pelo passado que tivemos de enfrentar.
Não me importo que me julguem possessiva… Nunca tive grande sucesso nas minhas possessividades. Também tenho aquele dom de ter pontaria nas paixões por criaturas sem grandes objectivos de vida, onde tudo circula à volta do trabalho, dos amigos, da diversão e da boa reputação.
Merecerão essas pessoas um destaque no meu livro, como já tiveram na minha vida?!
Não!!! Em toda a minha vida eu tive certezas e não será agora que me renderei a pessoas fracas e limitadas.
Quero ter uma página para sublinhar todas as pessoas importantes na minha vida. Quero dizer que as amo e que agradeço. Talvez agradeça também a duas ou três pseudo-amigas de conveniência, de boleia ou de cafezinhos só porque não tinham companhia.
Destaco as pessoas que foram e são importantes para mim. A minha princesa e a minha mãe acima de qualquer coisa… são o que restam de uma família, os meus amigos, os meus cúmplices de blog, os meus conhecidos de “Oi. Tudo bem?”… Todos fazem parte desta história e poucos me ouviram lamentar um momento menos bom.
Na verdade… Sou a personagem principal desta vida que me tornou mulher…
Quantas e quantas vezes não me senti sozinha, não desejei estar com alguém que não merecia… e não chorei?! Chorei muito… e choro… Mesmo quando me sinto protegida com um abraço forte sabendo que é a pessoa errada.
Sou eu…

Olha para mim... Pareco-te frágil?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A ti… que me ouviste desse lado, que me sentiste tranquila e soubeste de cor o meu sorriso… previsível.
Sim… este post é inteiramente para ti.
Um dia fui princesa de reino encantado perdendo o sapato e ansiando que o príncipe voltasse à minha procura, fui bela adormecida acreditando nos sonhos menos reais e soletrando palavras banais… Foi uma história desencantada.
Fui a voz que te adormeceu e te acalmou, que trouxe saudade jamais extinta e que o tempo fez esquecer o caminho e o significado da palavra. Não estarei cá quando te sentires sozinho, quando a minha tranquilidade te enaltecer… assim distante, como se isso justificasse sempre a dedicação.
Diz-me que não sou a pessoa que procuras e que não faço parte dos objectivos que acabaste por não revelar… Diz-me o que te vai na alma, tem calma… Eu suporto verdades e sei viver com elas, confia na paz como confiaste no meu corpo, nas minhas expressões e nas minhas lágrimas. Vira a página e conta-me o próximo capítulo, absorve cada frase como se tivesses nesta história… E já não tivemos?! Sim… Fomos nós…
Agora quero-te comigo só desta vez, quando o telefone tocar e me disseres o discurso mais justo, com palavras que não foram escolhidas… mas são as certezas. Não quero meias palavras, tu sabes… Diz-me pela primeira vez como me vez em ti, se é que ainda te recordas… Um dia nada aparece, muito menos tu. A frase “um dia quando menos esperares…” não entra bem nesta história, um dia não existe e se por mero acaso esse dia chegar… certamente será tarde… porque te esqueci.
Será isso que queres???
O mundo lá fora trocado por fotografias, é a realidade de muitos mais momentos que não quiseste repetir por medo, por não quereres levar a sério… a verdade é que mesmo eu sendo personagem secundária na tua vida, te ouço e te quero feliz. Quais papeis espalhados pelo teu mundo… agora retirados… Isso deu-te um sorriso?! O meu papel era dizer-te todos os dias que estava ali sem dares conta, desde que o desejasses, desde que acordasses a meu lado com um sorriso nos lábios. Isso é gostar… São essas pequenas coisas que tornam as pessoas importantes para nós. Não é tão fácil?
E agora? Terás tu coragem de dispensar do teu tempo, para me sussurrar ao ouvido… aquilo que te vai na alma…?!
Um dia…


Ana e o Rei.
E agora que o tempo foi perdido, que as saudades não passam de um desabafo de vez em quando?! E agora que tudo não passa de um sorriso, de um passado e de uns momentos… será que já paraste?! Será que já repousaste esse corpo e reparaste que afinal nada faz sentido?
Meto este “nada” em tudo o que pensas, nas tuas opiniões e nas tuas vontades, promessas, palavras e em tudo o que venha de ti. É afinal um “nada” que cai oco no meu pensamento e que não se sente, que não me convence nem enfraquece.
Hoje olho-me ao espelho e vejo um rosto repleto de luz e de cor, que foi algo que tu nunca reparaste, valorizo as mãos que te agarraram e agradeço por te ter sentido no meu coração. Gostei… tu sabes. Voltei… tu sentiste. Voltei ao meu mundinho de coisas reais e depois de muitos moinhos conhecerem a mesma água, permiti que os meus olhos alcançassem o rio… permiti-me a mim própria, algo que flui…
Cansei de te esperar… Cansei de mim, de ti e deste cenário. Saí vencedora na minha vida e o prémio está para breve. Ofereço-te… para desta forma o apreciares, para aprenderes o que é a recompensa de uma luta, de uma crença ou de algo que desejamos verdadeiramente.
Poderia ter falhado, mas nunca o fiz. Preferi olhar-te sempre nos olhos e dizer o que achava, sentia ou desejava. Tu?! Adoraste-me vezes sem conta e nunca ponderaste dizê-lo com sinceridade. Quando as palavras diminuem, os encontros são esquecidos e o que tu queres… não é consentido, custa. É difícil prender algo que não nos pertence, é ainda mais difícil saber que tivemos e deixamos ir… sem nunca ter coragem para demonstrar o quanto desejamos. Perdeste-me. Sentiste… Eu sei que sentiste. Ao menos que sintas quando as emoções te caiem entre as mãos e não tens capacidade de as agarrar, por mero capricho, porque preferes acreditar que haverá algo melhor atrás do pano...

O pano cai, o teatro acabou.

Aplausos.

Adeus e muito obrigada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Este meu corpo...


Este meu corpo fraco… por vezes forte… Este meu corpo coberto de pecados e sonhos mal amados, este suporte de lágrimas e de sorrisos, este eco em pedaços e de errados passos… É meu… É um corpo que sente o frio das palavras e o calor de um abraço… é a sombra das marcas do passado e a vitória… a derrota… Está deitado.
Este meu corpo traído e abandonado, indefeso e frágil foi outrora o conforto de uma qualquer pessoa… foi portador de um sentimento… sem alento. É sensível como o coração que transporta, é o rosto do passado… é o fruto arrependido. Foi admirado por entre a escuridão, recusado dar-me a mão… Este corpo que não ficou, que não voltou… porque permaneceu imóvel à espera de um perdão.
Este meu corpo que aí ficou…
Agora…
A minha alma não ta dou.

Obrigada

10 mil visitinhas
Decidi criar um blog por mero acaso... talvez porque sentia uma estranha necessidade de escrever o que sentia, o que vivia... em mim. Divulguei-o aos amigos mais chegados e estes a outras pessoas que se começaram a interessar pelas minhas palavrinhas.
Agradeço a todos os que me acompanham virtualmente e acima de tudo... a todos os que conseguem respeitar os meus "estados d´alma".
Bem Haja.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O cavalo do burro. – Estreia a 09/09/09

Género: Drama / Acção

Personagens: Rita à janela e Luís a sacar cavalinho com uma mota.
Enquanto Rita fumava um cigarrinho descansada à janela, Luís acelerava com a mota do Pedro e mostrava a quem queria ver… as suas “acrobacias”. Na sua 4ª voltinha levanta e roda da frente e consegue mesmo acertar em cheio no (MEU) Seat Ibiza.
Aventure-se neste filme e venha descobrir a emoção de ver alguém com uma perna partida, duas fracturas expostas, a falta de documentos (seguro, carta e matricula) de uma mota e o excesso de álcool…

- Baseado numa história verídica.









sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“As pessoas sentem-se sós porque constroem muros em vez de pontes”.


Tenho a certeza que qualquer um de nós já se sentiu sozinho pelo menos uma vez na vida.
Já pensamos algumas vezes que na verdade se desaparecêssemos naquele preciso momento, ninguém sentiria a nossa falta.
Mentira!!!
Será justo admitirmos que muitas vezes alguém já manifestou carinho por nós… e ignoramos. Quantas vezes não sentimos que outra pessoa nutria um sentimento especial por nós… e nos afastamos?!
Não temos o direito de nos sentir sozinhos quando na verdade, trabalhamos em equipa, vivemos em sociedade, crescemos com família e rimos com amigos (ou meras pessoas que dispensam um pouco do seu tempo connosco).
E agora é a altura de pensarmos que até as pessoas menos boas que se atravessaram na nossa caminhada, nos enriqueceram como seres humanos.
Eu… sou aquilo em que me transformaram.
Não querendo transmitir a ideia de que sou melhor que alguém, admito aqui e agora, que já fui boa demais… que já fui má demais.
Há uns 12 anos atrás perdoei uma traição de um namorado… Hoje não o faria.
Há uns 10 anos atrás desculpei agressões de um namorado… Hoje não o faria.
Será justa a humilhação??
Que direito temos nós de escolher o que gostamos, o que devíamos de gostar ou o que simplesmente não podemos gostar?!
Somos fracos nos sentimentos e indecisos nas atitudes, somos meras criaturas que sentem mesmo quando não querem sentir, somos o “sim” e o “não”… somos o que nos “obrigam” a ser.
Por isso… Ultimamente acordo tranquila e penso que acima de qualquer outra pessoa, eu tenho de gostar de mim assim… como sou. Aprendi a gostar de ser amada e a exigir carinho, afecto, compreensão e atenção, porque é mesmo isso que eu mereço e é dessa forma que deixo transparecer o meu sentimento.
Continuo a amar… Amo uma sombra que se recorda de mim quando quer, que não se incomoda com a saudade e que não quer nem se interessa por gostar… por amar gradualmente, dispensando tempo e afecto com essa pessoa. Talvez ame… Não me importo. Talvez ele ame um dia como diz que já amou… Talvez… Fica bem dizer o “talvez” porque dá o ar que afinal até acreditamos que aconteça, mesmo que tarde demais. “Talvez” até nem fosse mau…
Sempre fui pessoa de admitir o que sentia e de lutar até que se mereça.
Agora resto eu e o que deixo entrar em mim.
Podia amar o André e ter a certeza que ele tudo faria para me fazer feliz. Ele ama como qualquer mulher desejaria.
Podia continuar a sair com o Rei e ter momentos efémeros de felicidade. A instabilidade tomava conta dos meus dias.
Podia namorar com o Gonçalo e sentir a inveja feminina aguçada no meu corpo. A beleza não é tudo.
Podia aventurar-me com o Paulo e ser tratada com uma princesa. O dinheiro não compra o sentimento.
Podia desejar o Gui e partir na aventura. Quem espera nem sempre alcança.
Podia…
Podia ver através do vidro e aceitar que era impossível tocar o que afinal estava tão perto, mas não quero isso para mim. Mereço muito mais que incertezas e vagos momentos bons.
Na verdade, não me sinto sozinha porque tenho consciência que nada acontece ao acaso e que enquanto o ar que respiro completar o corpo que alimento, enquanto sentir a alma e o coração sentir… não estarei só.
Não sou um corpo parado ansiando sexo sem compromisso nem uma alma inválida pedindo que me amem sem sentimento. Sou a Rita… A rapariga que até hoje lutou mas também desistiu, sou a que alguns gostam e outros detestam, sou a maçã e a serpente… Sou o perdão e o pecado.
Por isso… Este post é para quem ainda não sabe o que quer, para quem não sabe se gosta, e acima de tudo para quem já me usou, já abusou, já me amou e já me recusou.


“Aquele que não luta pelo que quer, não merece o que deseja”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando comprei o livro “Manual do Guerreiro da Luz” de Paulo Coelho (que guardo religiosamente em cima da mesa de cabeceira) a senhora da livraria deu-me um conselho. Devia abri-lo ao acaso e ler atentamente a página que havia “escolhido”. Era conveniente interpretar o pequeno texto e acima de tudo… interioriza-lo. Seria sempre uma mensagem… e talvez um dia… a resposta.
Ontem… Página 62.

“O guerreiro lembra-se do passado.
Conhece a Busca Espiritual do homem, sabe que ela já escreveu algumas das melhores páginas da história. E alguns de seus piores capítulos: massacres, sacrifícios, obscurantismo. Foi usada para fins particulares, e viu os seus ideais servirem de escudo a intenções terríveis.
O guerreiro já ouviu comentários do tipo: “como vou saber se este caminho é sério?”. E viu muita gente abandonar a busca por não responder a esta pergunta.
O guerreiro não tem dúvidas; segue uma fórmula infalível.
“Pelos frutos, conhecereis a árvore”, disse Jesus. Ele segue esta regra, e não erra nunca.”

Dei por mim a pensar no passado e a reflectir nos meus actos e nas minhas incertezas, dei por mim a pensar no quanto esse passado influenciou algumas decisões na vida. Serviram de fantasmas, de medos, de desculpas e de mágoas.
Quantas vezes eu não fiz também a pergunta: “como vou saber se este caminho é sério?”, quantas vezes eu desisti a meio de uma tentativa e me deixei levar pelo fraco impulso de seguir adiante?!
Talvez daqui para a frente alguém decida colher os frutos do que um dia foi uma árvore sem côr (como consta por baixo do titulo deste blog)… Talvez veja nos frutos, pedaços de amor.