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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Embora doa.

É a dúvida que resta,
que me leva a perguntar...
qual papel sera o meu?
o de quem nada faz?
embora doa, nada fiz para mudar.
embora doa, nada vai mudar.
e revemos nas imagens que não passa de um esboço...
escolhem os senhores da guerra os motivos a seu
gosto...
embora doa, nada fiz para mudar.
embora doa, nada vai mudar.
porque nada surprende.
já vivemos com o medo.
quem nos chama a razão?
ao som de armas adormeço...
embora doa, não me faz perder o sono.
embora doa...
escorre sangue pelo ombro em directo na tv
explode a carne em mãos de quem nada fez
embora doa, não me sujo desse sangue
embora doa, ha sempre outro canal
embora doa...
embora doa, não me sujo desse sangue
embora doa, ha sempre outro canal.
é a duvida que resta que me leva a perguntar...




http://www.youtube.com/watch?v=0JFX3L6r8BI

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


Mesmo que voes, um dia perderás as asas. Isso mostrará o
quanto és frágil. Mas enquanto voas... podes ir onde quiseres. Isso mostrará o quanto és livre.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Maria Rita and Friends, Lda – A soberba perícia na teoria das frases.

- Oh bombom dá cá um Tiago. - Rita
- Ora quero um Mac cheese sem queijo, se faz favor. – Sofia
- Se papares tudo a vovó dá uma prenda, se não papares… não vais. – Mãe
- Detesto o Sunday de camarelo. – Rita
- Eu já não quero mais amor. Quero um pacemaker. – (adivinhem… LOL… Rita, pois tá claro)
- O amarelo é a junção do verde com o cor de laranja, com um pouco de azul e um pouquinho de nada de branco. Olha não me interessa. Eu nem gosto de amarelo. – Gonçalo
- Eu sabia lá que era um burro!!! Pensei que fosse um cavalo mas com as orelhas ligeiramente maiores. – Ana
- Desde quando é que o carnaval é a uma terça-feira?! Burros… Todos os anos é num dia diferente. – Rita
- Se a montanha não vai a Moisés, vai Moisés à montanha. – Manel
- Tou a ver o túnel ao fundo da luz. – Milton
- Melhor é levar o rádio debaixo do bolso. – Paulo
- Aquela cabra pah… se tivesse manchas pretas dava leite. – Sofia
- Olá bom dia, Junta de Freguesia com alegria. (atendimento personalizado no posto de trabalho) – Rita
- Achas que a cabeça da esfregona pode ir à máquina de lavar, ou fica sem cabelos?! – Mãe
- Tens as maminhas maiores! Puseste siquilone?! – Marina
- A senhora da Vodafone disse-me que tinhas o telemóvel desligado. – Ana
- Quem é que viu o manual de instruções do meu carro? – Rita
- Ritaaaaaaaa, o teu gato tá a olhar pra mim e a esticar o rabo pra me saltar pra cima. – Sofia
- Tanta coisa que é princesa e afinal ressona. – Gonçalo
- Adoro fumar e comer banana. – Rita
- Era um Opel Golf. – Mãe
- O senhor dos seguros telefonou e só disse: “sim… sim… sim…”, pelo menos era positivo. – Mimi
- Rita o teu carro está cheio de porcarias. Isso não te incomoda?! – Mãe
-São 20 euros de gasolina sem chumbo e um pouco de ar no pneu da frente, se faz favor. – Rita
- A minha sogra é um anjo. É pena não bater as asas de uma vez por todas. – Sofia

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Não quero que me vejas neste estado de desespero profundo…
Não quero que sintas a minha voz rouca e fraca…
Não quero que me sintas impotente e prestes a desistir da nossa batalha.
… Dói tanto meu amor…
Prefiro não partilhar contigo as lágrimas de uma alma quase derrotada e sem força.
Quando é que te posso tocar?
Não!!! Isso seria pedir muito…
Quando é que te posso ver?
Tu sabes que é quando te sinto mais dentro de mim… que mais me sinto sozinha aqui neste campo de batalha, injusto, cruel…onde as pessoas não entendem… não nos entendem.
Ajuda-me.
Por favor, continua a aquecer o meu coração com essa tua presença, continua a encher o meu sorriso com essas tuas palavras… tão doces.
… Dói tanto meu amor…
Um dia quando tiveres oportunidade de me encontrar, tenta só passar uma mão pelo meu cabelo, suavemente… com aquele sentimento que tu sabes, e olha-me… olha-me nos olhos e deixa-me dizer-te que este era o gesto da conquista por que sempre insisti em lutar… por ti… por mim… por nós.
Por enquanto não me sinto capaz de te dizer o quanto me fazes falta. Desculpa. Vou traduzindo por palavras o que desejo mas acho que é insuficiente, é impossível… porque no fundo eu até sei que tu sentes o que tento dizer, não fosses tu cúmplice dos meus sonhos e razão da minha luta.
… Dói tanto meu amor…
mas este amor já é uma vitória.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O QUE ME FALTA PARA SER PERFEITA (ou não).

§ Não ressonar.
§ Não dormir na diagonal.
§ Ir pelo menos 2 vezes por semana ao ginásio.
§ Pintar o cabelo de louro e gritar estupidamente que os homens preferem as louras.
§ Não ter medo do escuro.
§ Não fumar.
§ Falar menos.
§ Gostar de vinho.
§ Fazer o IRS dentro do prazo.
§ Ser menos impulsiva.
§ Frequentar o solário.
§ Gostar de ópera.
§ Ver o “prós e contras”.
§ Gostar de gelado de baunilha.
§ Achar graça a ursinhos de peluche a dizer: “I love you”.
§ Ser menos friorenta.
§ Passar horas na cabeleireira.
§ Tratar as amigas por “Bé”, Bú”, “Bábá” ou “Cácá”.
§ Ter apelidos do tipo: “Vasconcelos e Sotto” ou “Henriques Menezes da Fonseca e Cunha”
§ Gostar do Harry Potter.
§ Fazer sexo anal.
§ Ter um caniche.
§ Desmaquilhar-me antes de me deitar.
§ Gostar de política.
§ Fazer piscas nas rotundas.
§ Diminuir o mau feitio.
§ Ter sempre gelo no congelador.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mas será que alguém me ouve?!

Ontem… dia chuvoso… uma neura da merda e vai que a menina teve a ideia de se armar em maluca.
“Pah, vou comer um bolo a abarrotar de creme” – pensei eu.
Toca de agarrar na carteira e pimba… trabalho a meio (não trabalhasse eu para o Estado)… Destino: Café mais próximo.
Não sei se sou só eu, mas quando entro num café nunca vou com uma ideia predefinida do que vou consumir.
Ora com bolos a história funciona da mesma maneira. Quando é nos Pastéis de Belém ainda vá que não vá, que os gajos quase que só vendem daquilo, por isso é fácil. Agora nas outras pastelarias, não!! Têm para aí umas 354 variedades de bolos e depois querem que uma gaja escolha assim do pé para a mão.
Com isto é importante referir que o Sr. Abel (dono do café) tem sempre aquele dom… de me meter sob pressão.
Quando me inclino para ver melhor os bolos, o Sr. Abel já está de olhos postos em mim e prontos… começo logo a ficar nervosa.
- Diga faxavôre. (e eu a pensar cá comigo – Bolas que o cabrão já me tá a irritar).
- Hummmm. Hãããããã.
- Sim... (é nesta parte que me sinto verdadeiramente pressionada, confusa, mas eu tenho mesmo que responder até porque o homem já está a ficar com aquela cara um pouco característica dos "atendedores" de balcão).
- Oraaaaa… Pode ser esse aí com côco por cima…
- Este? (é então que ele diz um nome qualquer que eu nunca decoro, aliás desconfio até que eles devem ter um livrinho com os nomes dos bolos todos para levarem para casa para estudarem à noite). Este tem côco e gila. É muito bom.
- Gila Sr. Abel?! Atão já não quero. Não gosto de gila. Hummmmmmm (mais uma tentativa). Olhe pode ser o que tem chocolate por cima, ali à direita.
- Muito bem.
- Mas é para embrulhar. (esta parte do embrulhar, é sempre mais fácil pra mim).
Minutos depois e já sentada em frente ao computador, abro o pacotinho do bolo e fico com a sensação que não era bem aquele bolo que me apetecia. Dou uma dentada e não me sinto convencida. Levanto-me novamente, pego numas moedas e bora lá sair novamente.
- Oh Sr. Abel arranje-me aí uma sandes de queijo com manteiga para levar, se faz favor.
- Então Rita… Não gostou do bolo?!
- Ohhh, nada disso. A Mimi é que me viu a comer e também lhe deu a fome. (desculpe Mimi, mas teve de ser personagem neste filme)
- Ora aqui está. É 1,40€ faxavôre.
- Aqui está. (cabrão pah. Ainda faço negócio com o padeiro e trago umas fatias de queijo de casa. Vende caro pa caralho este gajo!)
Sento-me finalmente descansada e realizada, prontinha a deliciar-me com o meu pãozinho, abro o novo pacotinho e…
- Foda-se eu não m´acredito. Mas quem é que pediu fiambre?! Caralhoooooooooo… eu pedi queijo!!! Q-U-E-I-J-O.


(Conclusão: Por acaso até comi mas só porque paguei 1,40€ e porque...há tantas criancinhas em Angola a morrer à fome)
E é esta a minha vidinha.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Estes dias chuvosos assombram-me. Obrigam-me a ficar em casa sentada num canto da sala a inalar o silêncio que transpira pela casa. Seria injusto afirmar que me sinto sozinha porque na verdade, enquanto alguém morar no nosso coração… jamais estaremos sozinhos.
Ouço os passos vindos da casa da minha mãe e consigo entender umas palavras soltas que se gritam lá em cima, mas sinto-me bem assim… no meu mundinho de recordações e de sonhos.
É estranho porque olho ao meu redor e recordo o tempo em que a minha sala, pequenina mas confortável, era um espaço amplo a cheirar a mofo, recheado de móveis e coisinhas velhas que não deitávamos fora… por pena.
Quando me juntei com o pai da Íris decidimos fazer obras e conseguimos transformar aquele espacinho num quarto, numa sala, numa cozinha e numa casa de banho. Sempre lhe chamei “casinha da Barbie” com o maior orgulho porque na realidade, a “nossa” casinha era pequenina e nunca permitia que as pessoas ficassem muito longe umas das outras.
Quando a “nossa” casinha deixou de ser um refúgio de família (porque na verdade… já não somos família) o rasto de escuridão atravessou a sala, os espaços deixaram de ser ocupados com tanta frequência e comecei a passar mais tempo em casa da minha mãe. A minha “casinha da Barbie” passava agora a ser grande demais para mim e para a Íris e confesso que a abandonei inconscientemente.
Hoje recorri ao meu sofá e liguei a televisão depois de umas 3 semanas adormecida. Olhei para todos os cantos para matar saudades e recordei desabafos e risadas com amigas… ali no meu canto. Sorri e revivi cada momento. Aquelas quatro paredes conhecem-me tão bem. Foi por lá que chorei de fúria, de raiva, de ódio e de revolta, foi por lá que sorri de gozo, de felicidade e de realização e… que hoje me vêem ali sozinha sem lágrimas e sem sorrisos como se o vazio me atormentasse a alma e me esvaziasse o rosto.
Estou simplesmente ali porque agora a minha casinha é habitada pelo silêncio e pela solidão. Encontro espaços vazios entre os meus perfumes e os brinquedos da Íris insistem em marcar presença em todas as divisões.
“Ao ponto que isto chegou!” – penso eu.
Insisto em encontrar uma razão lógica para as coisas mas confesso que muitas delas deixaram de fazer sentido, não pelo facto de me ter separado mas pelo facto de ter o meu mundo e de não o partilhar com ninguém. Deixei o meu casulo desamparado e embora existam pessoas que gostariam de ter a minha companhia, não me sinto suficientemente capaz de partilhar algo “tão meu” por meia dúzia de palavras amigas vindas de outra pessoa.
Penso no quanto desejava ter uma companhia no sofá num domingo chuvoso para ver um filme de terror, penso no quanto tenho saudades de cozinhar, penso em jogar às cartas ou ao trivial pursuit… mas depois reparo que não será só isso que me realiza… e desisto.
E os pormenores?! E as coisas mais banais?! Os abraços, os beijinhos de despedida, as idas às compras, os passeios até ao parque infantil e o ir buscar a Íris à escolinha?!
E o amor?!
Não será o amor a maior riqueza de uma casa?! Não será o amor que preenche estes espaços vazios?!
De que serve um sofá vazio, uma televisão desligada?! De que serve ter o meu espaço se não tenho junto de mim uma pessoa digna para o partilhar?!
E é esta a conclusão que tiro quando me refugio no meu canto da sala, sentada com os joelhos a tocarem-me no queixo. É assim que deixo cair uma lágrima de um sentimento que não conheço mas que mistura a solidão com a injustiça.
Consigo então sentir-me culpada e triste. Sim… sinto-me mesmo triste. Foi a tristeza de um dia ter desprezado as minhas coisas que hoje me fez sentir saudades delas. Foi a mágoa de ter desistido de acreditar no que um dia encheu a minha casa.
Quero uma família para esta casa. Quero uma pessoa que partilhe comigo a prateleira dos perfumes e me abrace quando me sinto sozinha. Quero amor… aquele amor sincero que vence barreiras, que nos faz partilhar as vitórias e as derrotas e que se recorda de mim mesmo quando eu não estou.
Essa pessoa existe... provaram-me que existe. E é neste momento que esboço um sorriso e me levanto.
Essa pessoa vive no meu coração e eu tenho de voltar a viver na minha casa.