Pages

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Diário - Desabafos de mais um dia.

Hoje sinto-me particularmente cansada… Cansada psicologicamente. Olho para o lado e vejo papeis acumulados na secretária à espera de serem lidos e analisados… resolvidos, tal como os meus pensamentos que há já algum tempo não têm solução.
Amanhã já é fim-de-semana e nem transpareço emoção nenhuma nisso. Anda tudo eufórico e desejando que chegue depressa… eu… nem sei. Quem me dera tomar uma caixa de Valium e dormir descansada esses dois dias, sendo garantido que na segunda-feira acordaria com a cabeça limpa e finalmente… vazia.
A minha prima quer ir no sábado para a Green-Hill o que está completamente fora de questão porque na verdade não me sinto com paciência para discotecas. O Dj Casanova vem à Horta da Fonte e ainda ponderei lá ir ver “aquilo”… mas não. Não me apetece “multidão”… apetece-me um cantinho confortável, com um silêncio quente e algumas palavras doces.
Vou fumar…
Voltei.
Continuo com a sensação que este era o momento ideal para entrar no carro e conduzir sem destino… Talvez não… Não sei.
O meu pensamento é agora assaltado por uma pessoa… é melhor não dizer o nome… Sim, é melhor. Mas porque é que isto me passou pela ideia?! Realmente se há coisa em que não podemos mandar, é nos pensamentos… e nos sentimentos. É estranho mas ultimamente tenho pensado pouco nas pessoas e agora sinto-me ocupada com uma delas. Que porcaria!!!
Olho para os papeis e tento distrair-me.
Ele continua aqui… Não pode ser… Deixa-meeeee.
Vou falar um pouco com a minha colega.
Voltei.
Estou sem paciência, ou melhor, continuo sem paciência.
Tenho este estúpido fundo no ambiente de trabalho… Um rio. LOL. Irónico. Certa vez li algures que devemos ser como um rio que flui e não como um poço que contem sempre a mesma água… Estou a sorrir. Como posso eu ter este fundo?? Vou mudar. Coloquei uma ponte, uma ponte que atravessa o nevoeiro. Perfeito.
Novamente o pensamento é… a tal pessoa. Será justo pensarmos em alguém que neste preciso momento nem se deve estar a lembrar de nós???
Vou ignorar… Eu não mereço isto… nem ele.
Telefone.
De repente lembro-me que já não falo com o Bruno há algum tempo e nem sei como está em relação ao desgosto amoroso. Tenho de lhe tentar telefonar. Aproveito e telefono também para o Fred que deve estar mesmo a voltar para França. E a Adelaide??? Hum… tenho de saber como está a correr a gravidez.
Ridículo.
As pessoas sentem-se acompanhadas por meras vozes, por meia dúzia de palavras vindas de outro canto qualquer… E a companhia? E o afecto? E a doçura de um abraço?? A presença ??
Ele??? Ele passa-me na cabeça as vezes que assim quiser…
O tempo corre e o certo é que as melhores imagens são aquelas que os nossos olhos podem alcançar e não o que o nosso pensamento teima em lembrar.
Vou trabalhar.
Vou pensar naqueles que me amam. Naqueles que me acompanham nas subidas e nas descidas… Que me acompanham no meu caminho.
Alguém tem sugestões para o fim de semana??
Vamos embora…

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não me peças para ficar quando nem tu próprio te sentes bem naquele lugar, não insistas em algo que não dura, não perdura, não segura num braço ao partir…
Não teimes em explicar quando já nem eu quero ouvir, quero desistir e largar a âncora, quero naufragar e sentir o cheiro do mar que os meus olhos não alcançam…
Um dia quando regressar ao cais de cabeça erguida e uns restos de vida, caminharei pela praia com os olhos postos na areia e permitirei que me roubes algo que eu já não necessite. Talvez tempo. Talvez me possas roubar tempo… Tempo de mim que dediquei a ti e que nada fizeste para me fazer regressar.
Foi o mar que me viu partir… foi o coração que me fez voltar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sabes...


Sabes…
É como se o meu corpo fosse uma peça vazia e apenas sentisse os olhos tristes e a abarrotar de lágrimas contidas. É como se a minha boca apenas tivesse capacidade de gritar de raiva e de desespero. É como se eu não existisse para além desta carapaça que nada contem… Os meus passos são confusos e sinto que todo o meu interior foi roubado, ferido, esfaqueado e abandonado bem longe.
Ao meu redor não consigo decifrar as cores e os amores… nem sei se existem. Agora nem sei porque espero ou porque desespero… ou porque nada sinto.
Mas sinto… Sim, sinto. Sinto este aperto cá dentro, esta coisa inexplicável que não me permite conhecer-me e rever-me nos meus gestos. Tudo soa a falso e tudo me deixa triste.
Como pode o nosso corpo afastar-se das nossas palavras e deixar-nos ausentes de alma e de coragem?! Como podem os nossos olhos denunciar-nos e deixar-nos enfraquecer desta maneira?!
A vida segue lá fora e eu mera cobaia dos sentimentos de alguém, sinto-me atraiçoada pelo sorriso e pelas minhas próprias promessas… Fui traída por mim própria e deixei que o “nunca” me roubasse a minha crença.
Não quero mais!!! Desta vez não quero mais. Não vou para além das barreiras e insistir em provar algo que a mim não me diz respeito. Não vou pagar pelos erros dos outros e jamais correrei para que te encontres em mim.
O tempo tudo muda e as palavras agora saiem isoladas. O tempo faz-nos guardar o que um dia parecia perfeito, o que nos foi dito de coração… O tempo faz perder o entusiasmo e a semente que nos convenceu que algo cresceria é aquela que nos convence que o amor está condenado… porque o coração está fechado.


- Este post é confuso, mas foi sem dúvida o mais difícil de ser escrito. Não é para ninguém em especial… é unicamente para todas as pessoas que de alguma forma se identificarem com ele. O amor nunca é demais… A revolta reside no facto de termos sentimentos sinceros por quem não se deixa levar, por quem repara no nevoeiro sem que acredite que se pode seguir em frente…



E há 1 ano, eu escrevi aqui isto:

“Por favor…
Fica simplesmente aqui comigo mesmo que já nada faça sentido, agarra-me na mão e entra devagar no meu pensamento. Dói… tem cuidado!! Examina cada cicatriz com atenção e recorda cada batalha em que me envolvi. Deixa correr as minhas lágrimas e esvoaçar o meu cabelo. Agora… não me toques. Fica assim… Fica aqui pertinho de mim para que desta forma possa sentir o cheiro que amanhã já partiu. Peço-te que não me olhes… Mantém esse olhar distante e não fures a minha alma sem réstia de mágoa. Deixa que este silêncio divague entre nós e nos possua, nos acompanhe e nos sugue as memórias…
Por favor…
Vai… e se um dia tiveres vontade de voltar… chega silenciosamente e deixa que a saudade faça o resto… porque estive sozinha… mas estiveste sempre comigo.”

(Não podia ser mais perfeito)

Já tentaste entrar dentro de mim e reparar que também eu já sofri, já lutei e no entanto… acredito que um dia alguém me abrirá os braços e me dirá que desta vez “vai correr tudo bem, meu amor”?!

terça-feira, 11 de agosto de 2009


Parabéns Gui

Que nesta viagem, as ondas estejam a teu favor e o barco rume... no mar... no destino... com amor.
Hoje é o teu dia.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009


Apetece-me dizer "amo-te"...
com todas as letras juntas ou a soletrar cada letrinha para tentar dar ainda mais intensidade.
Apetece-me dizer "amo-te" ao ar que respiro, à cama que me acolhe e às cores que me rodeiam. "Amo-te" filha, "amo-te" sorriso, "amo-te" lágrima que corre de saudade por não te ter aqui comigo. "Amo-te" calor, rancor, força, luta, coragem, hesitação... "amo-te" desculpa, confiança, segredo, calma e esperança.
Mas "amo-te" assim longe e quando estás comigo. "Amo-te" de qualquer maneira e feitio, "amo-te" gordo, magro, feio, bonito, presente ou ausente. "Amo-te" quando te escondes, te isolas, te convences que não amas...

Eu amo... "amo-te".

Crónica da Coisa.

Uma coisa no meio de tantas outras coisas, é uma crónica, é um pouco disto e daquilo, é uma coisa...
Uma coisa na verdade devia ser um objecto, mas qualquer coisa pode ser uma coisa.
Palavra feia... Coisa.
Às pessoas que para mim não passavam de uma coisa, eu chamava "criaturas", mas a minha avó começou a dizer-me que "criaturas" eram as galinhas, sendo que as "criaturas" passaram então a ser coisas novamente.

Na verdade existem coisas inexplicáveis e hoje dei por mim a pensar em algumas delas.

- 1ª coisa: Nunca estamos satisfeitos com o que temos.
*Quando não temos uma relação lamentamos a solidão, a falta de afecto, de palavras bonitas e a falta que nos faz a companhia de alguém, em contrapartida, quando temos uma pessoa... achamo-nos presos, que não temos capacidade nem sentimento para alimentar "aquilo", que não estamos preparados e que aquela "coisa" nos deixa um pouco assustados com a ideia de que até pode durar.

-2ª coisa: Afinal nada é perfeito.
*Por vezes reparo que as pessoas são muito injustas e na verdade... não sabem o que querem.
As gajas querem miúdos louros de olhos azuis, com pinta e se tiver dinheiro... melhor ainda. Os gajos... querem-nas... boassssssssss. Não interessa se o mima, se o respeita, se está presente nos bons e nos melhores momentos, interessa é que tenha um granda cu e um belo par de mamas.
Nós gajas... lá tá... o gajo pode ser um querido connosco, um romantico que insiste em fazer surpresas e nos diz palavras bonitas, mas não... toca de apontar a mira para o bruta montes que nos diz na cara "ah e tal isto é tudo muita bonito mas não quero cá namoros. Quero paz e sossego e apesar de gostar bué de ti... pah é só uma cena assim tipo "coiso"".

-3ª coisa: A oportunidade perdida nunca é repetida.
E quando alguém gosta de nós e achamos que isso durará pra sempre?
Pois é!!! Meus queridos, sentimentos nascem, crescem e morrem tal e qual uma arvorezinha. Se na altura em que eles nascem os alimentamos e fazemos com que eles cresçam... a verdade é que devemos sempre valorizar o seu crescimento e aproveitar cada fruto dessa árvore. Haverá uma dia em que se não colhermos os frutos, a árvore reparará que de nada serve existir e vai morrendo aos poucos. O sentimento vai morrendo quando nos sentimos umas "coisas".